Vítor Pereira não pede demissão depois de terceira perda de título em um mês. Mas já começa pressão no Flamengo por Jorge Jesus – Prisma


São Paulo, Brasil


Palmeiras 4 x 3 Flamengo, 28 de janeiro de 2023.


Al Ahly 3 x 2 Flamengo, 11 de fevereiro de 2023.


Independiente del Valle 5 x 4 Flamengo, nos pênaltis, 28 de fevereiro de 2023.


Mundial, Supercopa do Brasil e Recopa Sul-Americana.


Três títulos disputados e três perdidos.


Nunca na história do Flamengo o clube havia disputado decisões de torneios tão importantes em um mês. 


E muito menos perdido.


O que aconteceu ontem no Maracanã, com recorde de público em jogos entre clubes, com 71.411 torcedores, foi inusitado. 


Quando a torcida, aos 50 minutos de partida, já estava sem esperança e xingava o time do Flamengo de ‘sem vergonha’, veio o gol de Arrascaeta, que igualava o placar do Equador. E a decisão passou por prorrogação e decisão nos pênaltis. 


Por coincidência, o uruguaio Arrascaeta foi o único a perder, entre os dez cobradores. E o título ficou com o Independiente del Valle, clube equatoriano com orçamento 24 vezes menor do que a do Flamengo.


No centro do clima de desolação estava o português Vítor Pereira. 


A pergunta óbvia, pela maneira dos clubes brasileiros trabalharem, era uma só: o treinador sairia do Flamengo? 


Não, ele foi para a coletiva após o jogo, tenso, acuado. 


Mas sem pedir demissão ou demitido. 



Por um motivo simples, não foi apenas o vice de futebol Marcos Braz quem quis o português no lugar de Dorival Junior, que havia conquistado a Libertadores e a Copa do Brasil. O mais empolgado com a troca foi o presidente Rodolfo Landim.


Ou seja, por enquanto, Vítor Pereira seguirá comandando o Flamengo, apesar de toda frustração da perda histórica de três títulos em um mês.


“Nós não deveríamos ter começado dessa forma (perdendo).


“Deveríamos ter começado com títulos, mas é um trabalho que está no início. Os dois últimos jogos com todo o elenco, os jogadores deram sinais claros de um grupo unido que quer jogar um futebol de qualidade. É um grupo alinhado. É um trabalho que está no início, não é como começa e sim como acaba.


“Acredito que essa equipe vai dar muita alegria aos torcedores, vai jogar um futebol consistente, de qualidade. Com espírito de grupo, alinhados com a torcida.


“Estamos tristes e frustrados com o resultado”, desabafou.


O português sabe que a pressão será imensa.


A conquista do Campeonato Carioca se tornou obrigação.


Embora seu time tenha dado 26 chutes a gol, durante os 120 minutos, a equipe apelou para 59 cruzamentos para a área equatoriana, demonstrando falta de imaginação, de criatividade. A afobação foi desde o primeiro minuto.


Vítor Pereira tinha o forte argumento de pouco tempo de trabalho. Deveria, com três títulos importantes em jogo, logo no início da temporada, começado a trabalhar antes com os atletas. Falha sua e da diretoria.


“Seria muito mais fácil e cômodo para mim não assumir a equipe nessas condições. Assumi a equipe sabendo que nós praticamente já jogamos 12 ou 13 jogos. É uma pré-temporada, é como mudar o pneu do carro em andamento. Estamos tentando criar um jogo que já vejo que começa a ser visualizado, começo a ver muita coisa desse jogo”, disse o treinador, após o fracasso de ontem, tentando convencer a imprensa.



A situação está tensa na Gávea.


Landim passou a ser muito cobrado pelos três perdas de títulos.


Mais: pela saída de Dorival Junior.


Embora Vítor Pereira escape da demissão neste momento, os defensores da volta de Jorge Jesus é uma realidade.


A multa do treinador português no Fenerbhaçe é de 4 milhões de euros, cerca de R$ 20 milhões. 


As três derrotas seguidas do Flamengo faz conselheiros importantes cobrarem Braz e Landim, pedindo a volta do treinador.


Landim, Marcos Braz e Vítor Pereira.


O planejamento para o início de 2023 deu tudo errado.


E agora?


Não será vencendo o Carioca que tudo se acalmará…

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