Pedrinho não joga mais no São Paulo. As acusações de agressão e ameaça de morte contra namorada podem levá-lo à cadeia – Prisma


São Paulo, Brasil


“Você é um lixo! Tem que virar prostituta. Você é pobre. Sua família não presta. Se você esplanar para alguém, acabo com sua vida.


“Cadê seu celular? Não está com você? Que bom, pois assim vou dar um sumiço, te matar e ninguém vai ficar sabendo.”


Este é o principal trecho de um Boletim de Ocorrência de Amanda Nunes, namorada, há quatro anos, do atacante Pedrinho, do São Paulo, que se tornou público na quarta-feira passada.


Em outros trechos, ela revela ter sofrido socos e empurrões.


Mesmo depois de revelada a gravíssima acusação, o atacante emprestado pelo Lokomotiv treinou normalmente, se preparando para o jogo de amanhã contra o Botafogo.


Tudo o que a direção do São Paulo fez foi divulgar uma nota avisando que não compactuava com a violência contra mulheres. 


O espanto foi generalizado. A mídia cobrou de maneira muito forte omissão do presidente Julio Casares, que não afastou o jogador. Conselheiros também não entenderam a postura.


O São Paulo precisa vencer amanhã o Botafogo para garantir a terceira colocação geral no Paulista, e ter vantagem de jogar em casa nas quartas e na semifinal do torneio, caso consiga vencer as quartas.


Pedrinho era um jogador importante no elenco, para a partida de Ribeirão Preto. A desconfiança era que o clube levaria a situação até o confronto.


Só que não conseguiu.


Atitude completamente diferente do que tomou a tão criticada diretoria comandada pelo inseguro presidente Leco. Diante da acusação da esposa de Jean, Milena Bemfica, e da prisão do goleiro nos Estados Unidos, o então responsável pelo futebol, o ex-jogador Raí, foi claro. Ele não jogaria mais no São Paulo.


A situação aconteceu em dezembro de 2019.


E foi o que aconteceu, até ser emprestado para o Atlético Goianiense.


O mundo civilizado ficou muito menos tolerante às agressões às mulheres.


A letargia da atual direção do São Paulo foi assustadora.


Só ontem à noite, houve a publicação de uma nota de Pedrinho, dizendo que se afastaria do São Paulo até que ‘tudo fosse esclarecido’.


“Em respeito ao São Paulo Futebol Clube e aos milhões de torcedores e torcedoras, gostaria de informar que, na tarde desta sexta-feira, alinhado com a diretoria do clube, pedi o meu afastamento temporário das atividades.


“Tomei essa decisão para priorizar e colaborar, de forma exclusiva, com o trabalho das autoridades para esclarecer, o mais rápido possível, todas as acusações registradas ao meu respeito para que em breve possa retomar a minha carreira. Aproveito para agradecer à minha família e à minha empresária, Roberta, que estão me apoiando de maneira incondicional.”


A apatia da direção são paulina segue muito cobrada por conselheiros que exigem a devolução imediata de Pedrinho ao Lokomotiv.


O acordo previa o empréstimo do jogador até dezembro deste ano, com seu preço fixado em 4 milhões de euros, cerca de R$ 22 milhões.


Rogério Ceni estava se empolgando com o atleta.


Mas não haverá negociação.


A situação ficou irreversível.


O jogador terá de se defender legalmente. Amanda mantém a acusação de ameaça de morte e agressão. É uma situação complicadíssima, que deve acabar em julgamento. Corre o risco de prisão de um a quatro anos.


O desgaste atingiria em cheio o São Paulo.


Os dois dias de falta de reação do clube foram imperdoáveis.


Ainda mais em comparação da pior direção da história do São Paulo, a comandada pelo inseguro Leco.


Os jogadores estão orientados a não falarem sobre o caso.


Apenas Rogério Ceni deve se manifestar.


O clima ficou muito pesado por conta de Pedrinho…

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