G7 defende que Inteligência Artificial siga regras globais alinhadas com 'valores democráticos'


Líderes afirmaram neste sábado (20) que a tecnologia precisa ser ‘confiável’ e ‘segura’. Os líderes do G7 se reúnem com a presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, e do Conselho Europeu, Charles Michel, durante a cúpula em Hiroshima, no Japão, em 19 de maio de 2023.
Kyodo via Reuters
Os líderes das nações do G7 pediram neste sábado (20) o desenvolvimento e a adoção de padrões técnicos globais para as tecnologias de inteligência artificial (IA).
A avaliação é de que a segurança da tecnologia não acompanhou o seu crescimento, destacou a agência de notícias Reuters.
Embora os líderes do G7, reunidos em Hiroshima, no Japão, reconheçam que as abordagens para alcançar “a visão comum e o objetivo de uma IA confiável possam variar”, eles disseram em comunicado que as regras para tecnologias digitais como a IA devem estar “alinhadas com valores democráticos”.
O acordo veio depois que a União Europeia, que participa do G7, quase ter aprovado uma legislação para regular a tecnologia de IA, potencialmente a primeira lei abrangente de IA do mundo que poderia abrir um precedente entre as economias avançadas.
“Queremos que os sistemas de IA sejam precisos, confiáveis, seguros e não discriminatórios, independentemente de sua origem”, disse a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
Os líderes do G7 disseram que “precisam fazer um balanço imediato das oportunidades e desafios da IA generativa”, popularizada pelo aplicativo ChatGPT.
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Preocupação global
No início de abril, centenas de pessoas ligadas à área de tecnologia chegaram a assinar uma carta pedindo uma pausa de seis meses no desenvolvimento da inteligência artificial.
O documento afirmava que a Inteligência Artificial está a ponto de provocar uma mudança profunda na história do planeta, e que “vem sendo desenvolvida dentro de empresas, em caixas pretas, numa corrida tecnológica que nem seus próprios criadores são capazes de controlar.”
Um mês depois, os legisladores da UE pediram aos líderes mundiais que encontrassem maneiras de controlar as tecnologias de IA, afirmando que estavam se desenvolvendo mais rápido do que o esperado.
Até agora, os Estados Unidos adotaram uma abordagem cautelosa no governo da IA, com o presidente Joe Biden dizendo no mês passado que resta saber se a IA é perigosa.
Sam Altman, CEO da OpenAI, dona do ChatGPT, chegou a afirmar em um painel do Senado na terça-feira que os EUA deveriam considerar os requisitos de licenciamento e teste para o desenvolvimento de modelos de IA.
O Japão, presidente do G7 deste ano, prometeu apoio à adoção pública e industrial da IA enquanto monitora seus riscos. “É importante lidar adequadamente com os potenciais e riscos”, disse o primeiro-ministro Fumio Kishida ao conselho de IA do governo na semana passada.
As diferentes abordagens das nações ocidentais à IA estão em contraste com a política restritiva da China. Seu regulador do ciberespaço divulgou em abril um projeto de medidas para alinhar os serviços gerados por IA com os principais valores socialistas do país.
Embora reconheçam as diferenças sobre como a IA deve ser regulamentada, os líderes do G7 concordaram na sexta-feira em criar um fórum ministerial apelidado de “processo de IA de Hiroshima” para discutir questões relacionadas à IA generativa, como direitos autorais e desinformação, até o final deste ano.
Os líderes também instaram organizações internacionais, como a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico, a considerar a análise do impacto dos desenvolvimentos políticos.
A cúpula ocorreu após uma reunião de ministros digitais do G7 no mês passado, onde seus membros – EUA, Japão, Alemanha, Grã-Bretanha, França, Itália, Canadá e UE – disseram que deveriam adotar regras de IA “baseadas em risco”.
A UE e os EUA também devem trocar opiniões sobre as tecnologias emergentes no Conselho de Comércio e Tecnologia na Suécia, de 30 a 31 de maio.
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