São Paulo, Brasil
Em setembro do ano passado, o grupo norte-americano de investimento 777, se comprometeu a aportar R$ 700 milhões em troca do controle de 70% do Vasco da Gama.
E, em dezembro, o clube anunciou que Mauricio Barbieri seria o treinador. E Abel Braga, o diretor. Luiz Mello seria o CEO do clube. E Paulo Bracks, diretor executivo.
Fez 12 contratações, gastando mais de R$ 108 milhões. Pedro Raul – US$ 2 milhões (cerca de R$ 10,4 milhões) à vista, De Lucca – Sem custos, Léo – US$ 3 milhões (R$ 16 milhões), Lucas Piton – 3 milhões de euros (R$ 16,5 milhões), Robson Bambu – Empréstimo,Pumita – Cerca de R$ 10 milhões, Jair – US$ 2,5 milhões (R$ 13,2 milhões) em parcelas,Orellano – US$ 4 milhões (R$ 20,7 milhões), Ivan – Empréstimo, Léo Jardim – US$ 2,5 milhões (R$ 13,9 milhões),Capasso – US$ 1,5 (R$ 7,8 milhões) e Andrey, empréstimo.
“O Vasco era um caos. Esse caos acabou. O Vasco entra em 2023 para competir as competições que vai disputar. As prioridades são o Campeonato Brasileiro e a Copa do Brasil”, anunciou Paulo Bracks, em março.
Ele estava completamente enganado.
O Vasco foi não chegou sequer à semifinal do Campeonato Carioca.
Foi eliminado na segunda fase da Copa do Brasil, pelo ABC, do Rio Grande do Norte.
Faz uma péssima campanha no Brasileiro.
De 27 pontos possíveis, conquistou só seis.
É o vice lanterna.
Com direito a tomar uma goleada inesquecível ontem no Maracanã, para o maior rival de todos, o Flamengo, por 4 a 1.
No intervalo, parte significativa da torcida do Vasco já deixava o estádio, com o time de Barbieri já perdendo por 4 a 0.
Terrível foi que parte desses torcedores resolveu ir para São Januário. Desta vez, nada de xingar o time, treinador, cobrar jogadores.
Delinquentes trataram de soltar rojões, atirar pedras e garrafas vazias na sede do clube. Depredação inesperada, já que não havia segurança no estádio vascaíno.
As cenas são vergonhosas.
Grande parte dos depredadores são de organizadas.
Eles tentaram invadir a sede do clube, dispostos a ‘quebrarem tudo’.
A polícia chegou a tempo e eles foram embora, prometendo voltar hoje, para cobrar os jogadores e forçarem a saída de Barbieri.
O comando do Vasco havia prometido ao treinador que ele teria o apoio ‘incondicional’ para trabalhar até o final da temporada, quando seu trabalho seria reavaliado.
Afinal, representava o progresso capitalista e não os dirigentes tradicionais.
Na coletiva, Barbieri garantiu que não pedirá demissão.
E que os dirigentes não falaram sobre sua eventual saída.
“Não tive nenhuma conversa nesse sentido (ser demitido). Tenho convicção de que a equipe tem oscilado muito mais do que esperávamos, nesse início. Temos tido dificuldades maiores do que pensávamos que poderíamos ter, mas continuo com a convicção de que podemos reverter esse quadro”, disse Barbieri, tentando, artificialmente, passar tranquilidade.
São oito partidas que o Vasco não vence.
A humilhante goleada para o Flamengo complicou a situção de vez.
“A frustração é gigantesca em função dos últimos resultados, do quanto se dedica ao trabalho, mas o caminho é olhar para frente. Tentar buscar soluções que funcionem. Isso que vou tentar fazer”, dizia, sem convicção, Barbieri.
A direção do Vasco, assustada com a tentativa de invasão e com a depredação dos vândalos, divulgou a seguinte nota.
“O Vasco da Gama lamenta profundamente a depredação do Estádio de São Januário na noite da última segunda-feira (05/06). O clube compreende a insatisfação de seus torcedores e entende que os resultados em campo estão aquém do esperado, mas é absolutamente injustificável que um símbolo de todos os cruzmaltinos seja destruído.
“O Vasco já acionou as autoridades para evitar que episódios como esse voltem a se repetir e que os culpados sejam identificados.”
Mas as organizadas já combinavam uma nova onda de protestos, exigindo a saída do técnico Barbieiri.
A demissão do treinador é esperada ainda hoje.
E irem cobrar a sede da SAF, que fica na Barra da Tijuca.
A situação é muito complicada em São Januário.
A expectativa era muito grande com a chegada da SAF.
O Vasco já foi rebaixado em 2008, 2013 e 2015.
Os medos em São Januário são dois.
O primeiro é um novo rebaixamento.
O segundo é dos vândalos nas organizadas…