Neste domingo, às 19h30 (de Brasília), ocorre na Arena Barueri a final da Copa do Brasil Sub-17 entre Athletico-PR e Palmeiras. E o Furacão tem como trunfo para ficar com o título o meia-atacante João Cruz é o garçom do time, com sete assistências em sete jogos. Além disso, ele balançou as redes adversárias três vezes. Desde 2018 vestindo a camisa do Athletico, João Cruz também tem convocações para a Seleção Brasileira de base no currículo.
Para ele, será uma grande final, com dois grandes times e que se demonstraram como os melhores ao longo da Copa do Brasil. Embora reconhecer estar diante de um grande adversário do outro lado, ele confia em um resultado positivo para o Furacão:
– Estamos indo com o foco total e uma mentalidade muito forte. Nestes jogos decisivos, isto é algo fundamental. Os treinos estão em um clima muito bom. Está tudo propício. O que temos que fazer é jogar bola, como estamos fazendo no campeonato inteiro. Temos um time muito entrosado, que joga junto desde os 14 anos. Estamos muito fortes.
João está no seu principal ano na categoria, ou seja, com a idade máxima permitida. O seu comandante é Rodrigo Bellão, nome que já havia sido seu técnico o sub-15, em 2021. Pensando nisso, ele destaca o segundo jogo da semifinal da Copa do Brasil, contra o Sport, quando venceram por 4 a 1 tendo o apoio de 15 mil pessoas na Arena da Baixada:
– Jogar na Arena é uma sensação inexplicável. Não tem como não ter raça e jogar mal em um estádio desse, um gramado desse, com uma torcida dessa te apoiando, incentivando o tempo todo. Nos dá a sensação de que ninguém pode ganhar nada da gente. Esse foi o espírito com que a gente entrou. E quem assistiu viu isso em campo. Ele (Bellão) diz que tem um sentimento de que deve um título para nós e que nós devemos um título para ele. Está sendo um ano maravilhoso. Comecei muito bem, na Copa do Brasil e no Paranaense. Chegamos na semifinal da Copa do Brasil após um resultado fantástico sobre o Atlético Mineiro, 5 a 0. Garantimos a vaga na final em um jogo maravilhoso contra o Sport. E acredito que seremos campeões, o que será histórico para o clube.
O COMEÇO
O jovem que joga tanto pelo meio como aberto pela direita é natural de São Paulo e, como a grande maioria dos jogadores, começou no futsal. O primeiro time que defendeu foi a Portuguesa Santista, onde se destacou e chamou a atenção do Santos, ficando entre os dez aos 12 anos, período em que o Athletico-PR apareceu em sua vida.
– Fiquei no Santos até 2018, que foi quando tudo aconteceu. Joguei a Iber Cup, chegamos na final contra o Athletico e ganhamos por 3 a 1. Eu me destaquei muito e um representante do Athletico convidou eu e meu pai para conhecer o CAT Caju. Quando chegamos, nos encantamos com o clube. A estrutura, a importância que dá para os jogadores da Formaçã Para nós, era o paraíso. A partir daí meu pai passou a ter conversas com o clube e em dezembro de 2018 eu vim para o Athletico. O primeiro jogo que assisti na Arena foi a final da Sul-Americana. Virei athleticano na hora. Vi como a torcida do Athletico é apaixonada, joga junto com o time. O eco, o som da torcida, a motivação que ela nos dá é de outro nível. E logo de cara vi uma final, com o estádio lotado, um jogo emocionante como aquele. Vi que tinha vindo para o lugar certo – recorda.
TÍTULO COM A SELEÇÃO
Após o período em que o futebol ficou parado devido à pandemia, João realizou o primeiro de seus grandes sonhos: chegar à Seleção Brasileira. A primeira convocação, na categoria sub-15, aconteceu em meados de 2021.
– Um scout da Seleção veio assistir a um treino nosso. Eu vi a oportunidade e treinei muito bem. Quando terminou, falei para minha mãe que achava que seria convocado, porque ele ficava olhando para mim toda hora. Ela ficou muito feliz, mas era só um achismo. Até que um dia, depois do treino, recebi uma ligação, dizendo para olhar o site da CBF. Entrei e vi lá meu nome. Eu travei. Parecia que estava em outro mundo. Fui para um período de treinos na Granja Comary e foi diferente de tudo que já tinha vivido – conta João Cruz.
Pela Seleção sub-15, foram três convocações. E em 2022, com a mudança de categoria, mais duas para a Seleção Sub-17. A mais marcante delas, para o Torneio de Montaigu, na França, quando João Cruz ajudou o Brasil a conquistar o título. Já em 2023, a primeira convocação aconteceu na véspera do segundo jogo da semifinal da Copa do Brasil, contra o Sport.
– Eu queria muito voltar para a Seleção. Teve o Sul-Americano, que eu não fui. O Bellão me dizia para limpar o coração e trabalhar. Ele via que eu ficava desapontado. Trabalhei muito, tive uma sequência muito boa na Copa do Brasil, em todos os jogos. O xeque-mate foi lá em Recife, onde o treinador da Seleção estava no jogo. No dia anterior ao jogo de volta da semifinal, veio a convocação. Foi uma sensação maior do que ter sido convocado a primeira vez. Quando cheguei em casa e contei, meu pai me abraçou e demos pulos de alegria – concluiu.