Blue Origin, de Bezos, tenta nesta quinta seu 8º voo com passageiros para turismo espacial


Missão NS-26 levará seis tripulantes ao espaço. Segundo a empresa, a americana Karsen Kitchen será a mulher mais jovem a cruzar a linha de Kármán, que marca o início do espaço, a uma altitude de 100 km. Lançamento do foguete New Shepard, da Blue Origin, em agosto de 2022
Divulgação/Blue Origin
A Blue Origin, empresa de foguetes do empresário e bilionário Jeff Bezos, deve fazer um voo espacial com tripulantes na manhã desta quinta-feira (29).
Batizada de NS-26, a missão levará civis ao espaço em um voo que deve durar cerca de 10 minutos. A decolagem acontece em uma base no oeste do Texas (EUA) às 10h no horário de Brasília.
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Ao todo, serão seis pessoas na viagem. Segundo a Blue Origin, entre elas estará Karsen Kitchen, de 21 anos, que será a mulher mais jovem a cruzar a linha de Kármán, ponto a 100 quilômetros de altitude que é usado como convenção para definir o início do espaço.
Em 2021, a empresa já havia levado o holandes Oliver Daemen, que, naquele ano, tinha 18 anos, e virou a pessoa mais jovem a ir ao espaço, entre homens e mulheres. Ele viajou com Bezos, que também é dono da Amazon.
“Este será o oitavo voo humano do programa New Shepard e o 26º em sua história. Até o momento, o programa levou 37 humanos acima da linha de Kármán”, disse a empresa em comunicado.
Passageiros da missão NS-26
Reprodução/Blue Origin
A última missão tripulada da Blue Origin, batizada de NS-25, aconteceu em maio deste ano. O voo foi considerado um sucesso e marcou o retorno de missões tripuladas com a nave New Shepard.
Como em suas missões anteriores, a Blue Origin fez um voo suborbital, no qual a nave supera a Linha de Kárman. O trajeto dura cerca de 10 minutos e, em um trecho, a tripulação pode experimentar a sensação de gravidade zero.
A SpaceX também tenta, possivelmente nos próximos dias, realizar a missão Polaris Dawn, que levará quatro tripulantes para o ponto mais distante da Terra já alcançado por humanos desde o fim do programa Apollo, em 1972.
A decolagem estava programada para acontecer no dia 27 de agosto, mas foi cancelada devido a um vazamento de hélio na plataforma de lançamento. A empresa tentaria, então, no dia 28 e, mais uma vez, foi cancelada por causa das “previsões meteorológicas desfavoráveis nas áreas de aterrissagem ao largo da costa da Flórida”.
Quem são os passageiros da NS-26?
Passageiros da missão NS-26, da Blue Origin.
Divulgação/Blue Origin
Nicolina Elrick, filantropa e empresária. Atua no ramo da moda, no setor imobiliário e fundou empresas de TI (tecnologia da informação) nos anos 1990. Segundo a Blue Origin, Elrick também é piloto de helicóptero.
Rob Ferl, professor e diretor do Instituto Espacial Astraeus da Universidade da Flórida (EUA).
Eugene Grin, ucraniano que se mudou para os EUA em 1979. Atua no setor imobiliário e financeiro.
Dr. Eiman Jahangir, cardiologista e professor de medicina e radiologia no Vanderbilt University Medical Center (EUA).
Karsen Kitchen, aluna da Universidade da Carolina do Norte em Chapel Hill e está se formando em comunicações e astronomia.
Ephraim Rabin, filantropo e empresário. É presidente-executivo da empresa de tecnologia Parchem Fine & Specialty Chemicals.
Por que os voos da Blue Origin tinham sido suspensos?
A missão da Blue Origin em maio foi um marco para a empresa, porque era primeiro voo espacial tripulado em quase 2 anos.
As missões tinham sido suspensas por conta de um acidente em um voo sem tripulantes. Em setembro de 2022, um foguete da empresa caiu um minuto depois da decolagem.
A falha aconteceu quando o foguete estava próximo de atingir a pressão máxima, também conhecida como “Max-Q”. A nave voava a 1.126 km/h, a 8.500 metros de altitude.
Blue Origin volta a lançar New Shepard, 15 meses após acidente com foguete
A Blue Origin disse, na ocasião, que houve uma “falha no mecanismo de impulsão” do foguete. Devido ao problema, a cápsula (a parte superior do veículo) foi ejetada e ficou intacta para uma aterrisagem forçada, como previsto em situações como essa.
A Administração Federal de Aviação dos EUA (FAA, na sigla em inglês) determinou que a empresa investigasse o caso. E, em setembro de 2023, informou que ela não poderia retomar seus voos até fazer 21 correções no foguete New Shepard.
Segundo a FAA, a investigação apontou para uma falha no bocal do motor do foguete, causada por temperaturas mais altas do que o esperado no equipamento. Por isso, a Blue Origin deveria redesenhar componentes do motor e do bocal.
A empresa fez as correções e voltou a fazer um lançamento em dezembro de 2023. A missão não teve tripulantes e só levou ao espaço cargas de ciência e pesquisa e milhares de cartões postais criados por estudantes.
As diferenças entre as naves de turismo espacial da SpaceX, da Blue Origin e da Virgin Galactic
Arte/g1
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