Celular no precinho: g1 testa 3 aparelhos que custam menos de R$ 1.500


Infinix Smart Pro 8, Moto G34 e Galaxy A15 5G são smartphones básicos, mas que conseguem ter um desempenho razoável, boas câmeras e uma ótima duração da bateria. Veja os resultados. Guia de Compras: celulares no precinho
Nicole Lourenço/g1
Quem procura um celular barato quer bastante bateria, espaço para guardar fotos e vídeos e desempenho que permita rodar meia dúzia de apps sem ficar lento ou travar.
Itens como acesso a redes 5G, leitor de impressão digital e mais de uma câmera na traseira do aparelho são adicionais interessantes, mas não obrigatórios. Se tiver, melhor ainda.
O mais curioso é que os telefones básicos lançados em 2024 vêm com recursos que sumiram dos celulares mais caros, como entrada para fone de ouvido com fio, expansão do armazenamento com o uso de cartões de memória e até mesmo rádio FM.
O Guia de Compras testou três aparelhos que chegaram às lojas este ano e que custam menos de R$ 1.500.
Os modelos são:
Infinix Smart 8 Pro
Motorola Moto G34 5G
Samsung Galaxy A15 5G
Veja a seguir como foi a performance de cada um deles nos testes (desempenho, bateria e câmeras), a conclusão e, ao final, como foi feita a avaliação.
Infinix Smart 8 Pro
Celular mais barato do teste, o Infinix Smart 8 Pro também é o mais básico. O modelo custava R$ 1.100 nas lojas da internet pesquisadas no final de agosto.
O valor baixo tem uma explicação: ele era o único aparelho avaliado com conexão 4G – os modelos da Samsung e da Motorola também se conectam ao 4G e a redes 5G, mais modernas e velozes.
Ele era o único também a rodar o sistema operacional Android 13 Go, uma versão leve e que economiza dados feita pelo Google.
Isso significa que o sistema Android foi adaptado para rodar em dispositivos mais acessíveis com configurações técnicas baixas. O Android 13 Go funciona em celulares com apenas 2 GB de memória RAM. O Smart 8 Pro tem 4 GB.
Os demais smartphones da avaliação vieram com o Android 14, a versão mais nova do sistema.
Quanto mais memória RAM, melhor será o desempenho do smartphone. Não confundir com o armazenamento interno do aparelho, que guarda o sistema operacional, aplicativos e dados do dono do telefone.
O armazenamento interno do Infinix era de 256 GB, como o do Moto G34, e maior que o do Galaxy A15 5G, que veio na versão de testes somente com 128 GB.
O Smart 8 Pro contava ainda com carregador de parede de 10W, cabo USB-C, fone de ouvido com fio, capa protetora e até uma película para proteger a tela. São itens que, na maioria das vezes, não vêm na caixa de telefones mais caros.
A tela de 6,6 polegadas era a maior entre os três modelos do teste, com resolução HD+ (720 x 1.612 pontos).
Como também ocorreu com o aparelho da Motorola, o display não era muito brilhante – mesmo com o brilho no modo automático, ficava muito escuro durante o uso. Foi melhor desativar a função e ajustar a luminosidade de forma manual no painel de controle do celular.
Desempenho
A performance do Smart 8 Pro foi a menor entre os 3 aparelhos avaliados, provavelmente por conta do sistema Android Go.
Alguns testes não rodaram, e os que funcionaram tiveram resultados abaixo da metade dos concorrentes Motorola e Samsung. Os testes de desempenho gráfico, que avalia como o celular roda games e vídeos, não funcionaram no smartphone.
Isso não significa, porém, que o celular da Infinix seja ruim. Apesar de dar a sensação de ser um pouco devagar no uso, os outros do teste também passaram essa impressão – e nenhum deles travou durante o uso com vários apps abertos.
Para comparação, em um dos testes que o Smart 8 Pro conseguiu finalizar, seu resultado foi quase 60% inferior em relação a outro aparelho da marca, o Infinix Note 40 5G, um intermediário que custava R$ 2.500 em agosto (veja o teste).
Bateria
O desempenho não empolgou muito, mas o Smart 8 Pro teve a maior duração de bateria nos testes, com 14h17.
O segundo lugar ficou com o Galaxy A15 5G, com 14h11, e o terceiro com o Moto G34, com 12h44.
Os três telefones avaliados tinham a capacidade de bateria de 5.000 mAH, a mesma de smartphones mais caros.
Isso não significa que o aparelho vá ficar 12 ou 13 horas longe da tomada, mas dá uma estimativa de uso dos celulares.
Câmera
Com três “círculos” na traseira do Smart 8 Pro, apenas um deles era a câmera de 50 megapixels. A outra era um sensor auxiliar para fotos no estilo retrato, com o fundo desfocado, e o último é um flash.
A câmera veio com diversas funcionalidades: modos de foto automática, chamada de AI Cam, gravação de câmera lenta, vídeo, beleza, retrato, panorama, time-lapse e até vídeo com efeitos em realidade aumentada.
A Infinix usou um truque conhecido dos demais fabricantes para dar zoom, cortando a foto no sensor. Por conta disso, é possível dar um zoom de 2x nas imagens.
Os resultados foram bons para um aparelho da categoria, com as imagens com cores um pouco mais diferentes que as dos concorrentes .

A câmera de selfies tem 8 megapixels de resolução. As fotos ficaram com problemas de contraste.
Motorola Moto G34
O Moto G34, da Motorola, é um celular básico já com conectividade 5G.
A versão avaliada, com 256 GB de armazenamento interno, era a mais cara dos três aparelhos do teste. Ela custava R$ 1.300 nas lojas da internet na última semana de agosto.
Uma versão de 128 GB também estava disponível, por R$ 1.100 – o mesmo preço do Infinix Smart 8 Pro.
O smartphone rodava o sistema operacional Android 14, o mais atual. É similar ao usado em telefones mais caros da marca e de outros fabricantes.
As especificações técnicas do Moto G34 eram um pouco mais avançadas que as dos concorrentes. O modelo é o único com 8 GB de RAM, contra 4 GB nos demais.
A caixa do produto veio com menos itens na comparação com o Infinix, apenas um carregador de parede de 20W e o cabo USB-C. Nada de capinha ou película.
A tela, com 6,5 polegadas, veio com resolução HD+ (720 x 1.600 pontos), similar à do Smart 8 Pro.
O brilho, assim como ocorreu com o Infinix, não era dos mais fortes. Nesse ponto, o celular da Samsung foi melhor.
Desempenho
A performance do Moto G34 foi a mais veloz nos testes, um pouco acima do Galaxy A15 e quase com o dobro dos resultados obtidos com o Smart 8 Pro.
Para efeito de comparação, o resultado geral do Moto G34 foi quase a metade do que seu “irmão maior” Moto Razr 50 Ultra conseguiu obter (veja o teste). Porém, o celular dobrável custava R$ 6 mil a mais.
Nos testes de desempenho gráfico, que avalia como o aparelho se comporta com vídeos e games, o Moto G34 empatou com o Galaxy A15 – e nenhum dos 3 telefones rodou os testes mais avançados por falta de compatibilidade.
Bateria
A bateria do Moto G34 foi a “pior” dos três aparelhos avaliados, com 12h44 de duração estimada.
De qualquer forma, quase 13h fora da tomada é um valor considerável e acima do que o Guia de Compras encontrou na avaliação de celulares intermediários avaliados em agosto (veja o teste).
Câmeras
O Moto G34 contava com duas câmeras na traseira: uma principal, de 50 megapixels, e uma lente macro de 2 mp.
Os recursos oferecidos pelo aplicativo da câmera eram similares aos encontrados em outros modelos mais avançados da marca.
Dá para ativar a câmera ao balançar o telefone, fazer vídeos em câmera lenta, destacar cores nas imagens, capturar com a lente frontal e traseira ao mesmo tempo.
Além disso, tirar fotos com ajuste automático de imagem, fazer vídeos e criar retratos com o fundo desfocado.
No modo automático, é possível fotografar com zoom digital de até 10x ou alternar para a lente macro.
As imagens ficaram com uma boa qualidade, com cores bastante saturadas, até mais do que as feitas com o celular da Samsung.

A câmera macro de 2 mp não produz imagens de muita qualidade e serve mais para ver objetos em detalhes.
A lente frontal para selfies tem 16 megapixels de resolução –a maior dos três smartphones do teste. As imagens ficaram com boa qualidade e contraste.
Samsung Galaxy A15 5G
O Galaxy A15 5G, da Samsung, é um smartphone básico para quem procura maior opção de câmeras e uma boa bateria. É o único avaliado com três lentes de verdade na traseira.
O celular, com 128 GB de armazenamento interno, era vendido na faixa dos R$ 1.200 nas lojas on-line consultadas em agosto.
Vale notar que existe uma versão apenas com acesso a redes 4G e sem conectividade 5G, que não foi avaliada, e custava na faixa dos R$ 1.000.
As configurações técnicas do aparelho incluem 4 GB de RAM, como no Smart 8 Pro, e o aparelho roda Android 14, como no Moto G34.
A caixa do produto, como no Motorola, veio com menos itens na comparação com o Infinix. Somente com um carregador de parede e o cabo USB-C.
A tela de 6,5 polegadas tinha a maior resolução, Full HD+ (1.080 x 2.340 pontos), e a maior taxa de brilho, sendo mais fácil de usar sob a luz do sol, por exemplo.
Desempenho
A performance geral do Galaxy A15 5G foi muito parecida, porém um pouco abaixo, do encontrado no Moto G34.
Para comparação, o Galaxy S24, topo de linha da Samsung, teve mais que o dobro do desempenho do A15 – mas custa mais de R$ 6.000.
Nos testes de desempenho gráfico, que avalia como o aparelho se comporta com vídeos e games, o Galaxy A15 empatou com o Motorola.
Bateria
A bateria do Galaxy A15 ficou em segundo lugar nos testes, com 14h11, apenas seis minutos atrás do Smart 8 Pro, que atingiu 14h17.
Câmeras
O maior destaque do Galaxy A15 era a quantidade de câmeras na traseira – são 3 lentes. Uma principal de 50 megapixels, uma grande angular de 5 mp e uma macro de 2 mp.
Para um celular básico, essa é quase a configuração de câmeras de um modelo intermediário um pouco mais caro.
Os recursos eram muito parecidos com os de outros modelos da marca.
A câmera principal permitiu alternar para um zoom de 2x – como o do Infinix, que corta e aproxima a imagem – e para a lente macro (que é esquecível, como no Motorola, por conta da baixa definição das imagens).
Tem ainda modos noturno, retrato, vídeo e “diversão”, que usa filtros do Snapchat para criar efeitos. A câmera contava também com um modo profissional, um de comida e um para fotos panorâmicas.
A qualidade das fotos era boa, mas tão saturadas nas cores quanto as feitas pelo Moto G34.

As selfies têm 13 mp de resolução e ficam no meio do caminho entre os concorrentes, não tão estouradas como as do Infinix, mas com menos contraste que as do Motorola.
Conclusão
Escolher um celular econômico significa entender que que as fabricantes fazem muitas concessões na hora de criar esses smartphones. Dá para afirmar que o smartphone básico de hoje é o intermediário de três ou quatro anos atrás.
A escolha depende muito do preço – nesse sentido, os 3 aparelhos avaliados custavam entre R$ 1.100 e R$ 1.300 – e nos recursos que importam mais para o comprador.
O modelo da Infinix é para quem procura apenas quer o menor preço. A ausência do 5G é um fator a considerar na hora da compra.
Os R$ 200 de diferença entre o Smart 8 Pro e o Moto G34 “pagam” a diferença de ter 5G, por exemplo.
Se a bateria ou câmera forem os itens mais importantes, o Samsung é a melhor escolha pela relação custo x benefício.
Se for desempenho e armazenamento maior forem mais necessários, o Motorola é essa opção.
Como foram feitos os testes
O Guia de Compras selecionou smartphones da categoria aparelhos básicos lançados em 2024 e disponíveis nas lojas on-line entre julho e agosto, com preço abaixo de R$ 1.500.
Os produtos foram cedidos para o teste e serão devolvidos.
A Xiaomi e a Oppo não tinham um aparelho nessa faixa de preço para emprestar. A Realme não respondeu ao pedido.
Para os testes de desempenho, foram utilizados três aplicativos: PC Mark e 3D Mark, da UL Laboratories, e o GeekBench 6, da Primate Labs. Eles simulam tarefas cotidianas dos smartphones, como processamento de imagens, edição de textos, duração de bateria e navegação na web, entre outros.
Esses testes rodam em várias plataformas – como Android, iOS, Windows e MacOS – e permitem comparar o desempenho entre elas, criando um padrão para essa comparação.
Para os testes de bateria, as telas dos smartphones foram calibradas para 70% de brilho, para poder rodar o PC Mark. Isso nem sempre é possível, já que nem todos os aparelhos permitem esse ajuste fino.
A bateria foi carregada a 100% e o teste rodou por horas até chegar ao final da carga. Ao atingir 20% ou menos de carga, o teste é interrompido e mostra o quanto aquele smartphone pode ter de duração de bateria, em horas/minutos.
O resultado é uma estimativa de quanto aquela bateria pode durar longe da tomada. Na prática o número da vida real pode ser distinto, já que não usamos o telefone da forma intensiva o tempo todo.
Para os testes de câmera, foram feitas fotos dentro de casa e na rua (quando possível), com várias mudanças de iluminação em cenários similares para poder comparar as imagens.
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